segunda-feira, 5 de maio de 2008

José Otávio vai além de manter o projeto. Ele quer contagiar o Brasil com a idéia.

José Otávio dos Santos Pinto sempre gostou de cães. Quando ainda era menino, em Porto Alegre, sonhava em ter um cachorro. Mas a mãe preferia os gatos. Já adulto, teve vários cachorros. Mas não imaginava que muitos anos depois, estaria mesmo era realizando o sonho de outras pessoas terem os seus próprios cães.
A modéstia e a simplicidade de José Otávio – ( foi difícil convencê-lo a dar este depoimento ) – só rivalizam com outra de suas múltiplas qualidades: a generosidade. Dono de um cartório em São Paulo, ele é um dos maiores apoiadores da causa do IRIS e responsável por grande parte da manutenção dos trabalhos já que o instituto, mesmo contando com um grande número de voluntários, como toda instituição tem compromissos e precisa manter uma agenda de atividades funcionando para que obtenha resultados positivos.
Foi recentemente e quase por acaso que José Otávio encontrou o IRIS. “Nesta fase da vida, estava mesmo em busca de um projeto social em que pudesse me dedicar a algo que unisse meu entusiasmo por algo que gosto – no caso foram os cachorros - e ao mesmo tempo beneficiar pessoas que precisassem de apoio para suprir alguma necessidade especial”.
Desde 2006, José Otávio acompanha de perto as atividades do IRIS e faz parte da diretoria contribuindo com sua experiência e principalmente com sua sensibilidade para a evolução do instituto. Atualmente encontra-se afastado “Apenas geograficamente” faz questão de ressaltar, porque se mudou para a cidade do Rio de Janeiro.
Mesmo longe, continua contribuindo com idéias. José Otávio acredita nas parcerias com empresas e é incansável pesquisador de exemplos inspiradores. Comenta, por exemplo, que na Espanha, a causa dos cães guia conta com um sólido apoio do governo através da família real espanhola que tem um membro que recebe cuidados especiais nesta área da visão. E com isto, a mobilização ganhou apoio e suporte econômico das maiores empresas espanholas“Mas não podemos ficar esperando que o problema ganhe atenção e interesse por causa de alguém famoso ou que o destino nos toque diretamente para começar a agir”, afirma.
Este gaúcho que “já andou muito por aí”, não quis falar de sua própria trajetória. O que o anima mesmo é falar de suas expectativas para o crescimento do IRIS que ele gostaria que fosse uma rede de extensão nacional, presente em todo o Brasil. Mas lamenta que iniciativas deste tipo no Brasil nem sempre encontram o apoio para seu prosseguimento. “O cão-guia ainda é visto por muitas pessoas desinformadas apenas como um luxo”. E conta que, quando acompanhava algumas negociações de parcerias, tentava derrubar esta idéia que muitos consideram equivocadamente elitista. “Sempre acreditei” continua José Otávio “que esta era uma causa que deveria contaminar todo mundo com seu apelo otimista. Quem convive com as pessoas que têm cães guia sabe o quanto eles trazem de benefício não só para o próprio usuário mas para quem está ao redor. Todos ficam alegres, felizes na presença de um cão assim. Não há lugar para lamentação, nem tristeza. Só admiração”.


abril2008

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