segunda-feira, 5 de maio de 2008

A arte na ponta dos dedos.

Reconhecidamente o desenho e o desenhar têm feito parte da história humana, tendo relevante papel no desenvolvimento e na cultura de nossa sociedade. Entretanto, essas atividades têm sido renegadas às pessoas cegas, impedindo-lhes o acesso e a manifestação do conhecimento gráfico.
A fim de se reverter essa história de exclusão, os pesquisadores Francisco J.Lima, da Universidade Federal de Pernambuco e José A. Da Silva, da Universidade São Paulo de Ribeirão Preto desenvolveram uma caneta ponteadora para produção de desenhos em relevo.

De baixo custo, bonita, prática e capaz de produzir alto relevo de excelente qualidade em papéis e acetato, facilmente encontrados no mercado, a caneta ponteadora permite a produção de desenho por e para pessoas com deficiência visual.
Simplesmente pressionando a caneta contra o papel, sobre um aparato de EVA composto de EPDM, a pessoa com deficiência visual pode produzir desenhos, mapas ou gráficos, acompanhando com uma mão o desenho que faz com a outra.
Recomendada principalmente como material didático e lúdico, esta caneta vem auxiliar profissionais de educação inclusiva no ensino de geometria, geografia, estatística, ou na ilustração de livros infantis para pessoas com deficiência visual.
Com a caneta ponteadora, crianças, jovens e adultos com deficiência visual terão a oportunidade de conhecer e explorar o mundo dos desenhos bidimensionais, tendo acesso a representações de prédios, igrejas, figuras de animais ou quaisquer outros objetos que antes só podiam imaginar, seja por estarem longe do alcance das mãos, seja por serem grandes demais, ou muito pequenos. A caneta vai resgatar a capacidade de expressar, representar objetos conhecidos ou imaginados, desenvolvendo e manifestando, assim, as habilidades artísticas e de criação, tão importantes para o desenvolvimento integral do ser humano.
Utilizada na estimulação de crianças com deficiência visual, a “caneta ponteadora” possibilita a educadores, pais e responsáveis por crianças um ensino mais lúdico, estimulando-lhes a criatividade, a imaginação e o tato.
E, importante : com orientação e treino, a caneta permitirá às pessoas com deficiência visual aprender a redigir o alfabeto em tinta, possibilitando-lhes receber ou deixar recados para pessoas que não sabem ler o braile.

Contatos e maiores informações
www.iris.org.br
Cei@ce.ufpe.br
limafj@usp.br
Jadsilva.ffcrp@usp.br

abril2008

Nenhum comentário: